segunda-feira

Músicas e cantores citados na obra de Gabo

Georges Brassens. Les Lilas
Les Lilas by Georges Brassens on Grooveshark
Um rebocador descia pelo Rodano com um radio a todo volume que ia deixando pelas ruas uma trilha de musica. George Bassens cantava Mon amour tiens bien la, barre, le temps va passer par la, et le temps est un barbare dans le genre d'Attila, par la ou son cheval passe Vamour ne repousse pas." no conto Boa Viagen senhor presidente



David Oistrakh
Citado no conto Tramontana
Eu havia entrado pouco antes com um grupo despois do ultimo concerto de David Oistrakh no Palau de la Musica, e fuquei arrepiado com a incredulidade dos suecos.


Domenico Scarlatti
Citado em Do amor e outros demonios
Dona Olalla tinha sido aluna de Scarlatti Domenico em Segóvia e obtivera com louvor a licença para ensinar música e canto em escolas e conventos.


Raul Shaw Moreno - Sabras que te queiro
Citado em A aventura de Miguel Littin clandestino no Chile
Então apoiei a nuca no encosto do banco, fechei os olhos e me deixei levar pela corrente de boleros que fluíam sem parar do rádio. Boleros de sempre: Raul Chu Moreno, Lucho Gatica, Hugo Romani, Leo Marini. (...) Eu tornei a fechá-los, e comecei a cantar com o rádio: Que te quiero, sabrás que te quiero. Os italianos deitados no compartimento de carga me fizeram coro. O motorista se entusiasmou.


Rocio Jurado - Como una ola
Citado em A aventura de Miguel Littin clandestino no Chile
Depois do desfile inicial, ficou sozinha no palco uma morena de redondezas astronômicas que requebrava e movia os lábios para fingir que era ela quem cantava a todo volume a canção de um disco de Rocío Jurado.


Carlos Gardel - El dia que me quieras
Citado em Memorias de Minhas putas tristes
Cantávamos duetos de amor de Puccini, boleros de Agustín Lara, tangos de Carlos Gardel, e comprovávamos uma vez mais que aqueles que não cantam não podem nem imaginar o que é a felicidade de cantar.


Enrico Caruso
Citado em Memorias de Minhas putas tristes
Comecei a cantar. Primeiro para mim mesmo, em voz baixa, e depois a todo vapor, com ares do grande Caruso, pelo meio dos bazares atopetados e o tráfego demente do mercado público.


Arthur Rubinstein
Citado no Conto Boa Viagem, Senhor Presidente
Certa noite, viu-o debaixo da primeira garoa, sem abrigo ou guarda-chuva, fazendo fila com os estudantes para um concerto de Rubinstein.


Mozart
Citado no Conto Boa Viagem, Senhor Presidente
No salão, os lustres estavam acesos em pleno dia, e o quarteto de cordas tocava um Mozart premonitório.

Citado no Livro Memórias de minhas putas tristes
e reservou-se este segundo andar para ser feliz com a filha de um deles, Florina de Dios Cargamantos, intérprete notável de Mozart, poliglota e garibaldina, e a mulher mais formosa e de melhor talento que jamais houve na cidade: minha mãe.


Quarteto em Sol de Mozart
Havia mudado o velho rádio por um de ondas curtas que mantinha sintonizado num programa de música culta, para que Delgadina aprendesse a dormir com os quartetos de Mozart. No livro Memória de minhas putas tristes


Tona, La negra
A única ocupada estava à meia-luz, e Tona Ia Negra cantava no rádio uma canção de amores malogrados. No livro Memorias de minhas putas tristes


Beniamino Gigli & Licia Albanese "O soave Fanciulla"
Foi uma deflagração. O conde de Cardona estava escutando o dueto de amor de La Bohème, cantado por Licia Albanese e Beniamino Gigli, quando chegou até ele uma rajada casual das notícias do rádio que Maria dos Prazeres escutava na cozinha. No conto Maria dos Prazeres


Suite para Cello 1 - Pablo Casals
Às quatro tentei me apaziguar com as seis suítes para cello solo de Johann Sebastian Bach, na versão definitiva de dom Pablo Casais. No livro Memória de minhas putas tristes


Stefan Askenase: Preludios, Op. 28, No. 1 - 7
Jamais soube quem me mandou um disco que trazia os vinte e quatro prelúdios de Chopin com Stefan Askenase. No livro Memória de minhas putas tristes


Pedro Vargas - El Reloj
O quintal estava em trevas, mas havia luzes de vida nas janelas e um emaranhado de músicas nos seis quartos. No meu, em volume mais alto, distingui a voz cálida de dom Pedro Vargas, o Tenor da América, num bolero de Miguel Matamoros. Senti que ia morrer. No livro Memória de minhas putas tristes


Brahms - Sonata número um para violino e piano
Às dez da noite, tremulo e com os lábios mordidos para não chorar, cheguei carregado de caixas de chocolates suíços, torrones e caramelos, e uma cesta de rosas ardentes para cobrir a cama. A porta estava entreaberta, as luzes acesas e no rádio se diluía a meio volume a sonata número um para violino e piano de Brahms. No livro Memória de minhas putas tristes

quarta-feira

PEÇA - I only came to use the phone


Situado nos primeiros anos na Espanha de Franco, 'Só Vim Telefonar' segue o caminho de Maria, cujo carro quebra em um trecho de estrada solitária a caminho de Barcelona. Ela tenta pegar uma carona, mas ninguém pára para ela. Finalmente, um ônibus desgovernado cheio de mulheres para e a leva a bordo. O que se segue é a essência dos pesadelos.

Tecendo sua expressão única de realismo mágico, diretor Netta Yashchin maravilhosamente narra esta história. Trinta e seis personagens encantadores estão perfeitamente entrelaçados por um elenco de seis, que nos encantam com a beleza da linguagem de Marquez.

O guitarrista de flamenco, Damian Wright toca ao vivo ao longo de cada show.

O Conto foi publicado no livro Doze contos Peregrinos de 1992.

LIVRO - Memórias de Minhas Putas Tristes

Gabriel García Márquez narra o nonagésimo aniversário de um jornalista que resolve lhe dar de presente uma noite de amor com uma virgem. Muitos leitores chegam a comparar o livro a Cem Anos de Solidão devido a duração do estar só, do isolamento em Macondo. O tão sozinho jornalista passa a vida nos prostíbulos, contudo nunca teve um amor de verdade. Tinha medo de amar.

Resolve ligar para Rosa, uma velha conhecida, dona de uma casa, que lhe arranja Delgadina, uma jovem com corpo de menina. O jornalista se prepara com seu terno de linho e encontra Delgadina dormindo de costas na cama. A partir daí, começa a deslumbrar o corpo da menina, sente seu o corpo arder, mas não a acorda, prefere assim. Nos próximos encontros, Delgadina continua dormindo, mas parece que há um diálogo mental entre os dois, e o velho se apaixona como nunca antes. O texto se enche de humanidade, o homem percebe que continua potente, porém quer simplesmente um amor, uma companhia.

Descobre que nunca é tarde para amar, para ser amado e começar uma vida que nunca havia vivido. Uma vida mais completa, sem a monotonia de só escrever sua coluna dominical, ou seja, uma vida que tem razão. Nunca é tarde para começar.

Memórias de Minhas Putas Tristes foi transformado em filme em 2011.

O titulo do livro sofreu censura no Ira e na Polonia, onde foram publicados com o titulo 'Memorias de meus tristes amores'

No conto o Aviao da Bela Adormecida de 1982 presente no livro Doze Contos Peregrinos, Gabriel ja tinha feito uma referencia ao livro de Kawabata na qual ele se inspirou: Eu achava incrível: na primavera anterior havia lido um bonito romance de Yasumari Kawabata sobre os anciões burgueses de Kyoto que pagavam somas enormes para passar a noite contemplando as moças mais bonitas da cidade, nuas e narcotizadas, enquanto eles agonizavam de amor na mesma cama.



LIVRO - Viver para Contar


Viver Para Contar é uma autobiografia do autor de "Cem Anos de Solidão", onde ele narra a sua vida na melhor tradição de seus emocionantes romances. Jornalista e escritor, Prémio Nobel de Literatura em 1982, Gabriel Garcia Marquez faz a recriação de um tempo crucial da sua vida e regressa ao lugar de todas as suas histórias: a casa dos seus avòs. Gabo, como é conhecido pelos leitores hispânicos, oferece-nos a memória dos seus anos de infância e juventude, aquele em que se funda o imaginário que mais tarde viremos a encontrar nas suas narrativas e romances. Foi a essa fase da sua vida, bem comoà sua própria família que elefoi buscar as personagens e ashistórias de todas as suas obras. Ao longo das páginas deste livro deparamos com personagens e enredos que povoaram novelas inesquecíveis como "Cem Anos de Solidão" ou "Amor em tempo de cólera". Mas a obra inclui ainda muitas mais surpresas e ficamos assim a saber, por exemplo, qual a origem real de Macondo, a aldeia fundada por José Arcadio Buendiae Úrsula Iguarán em "Cem Anos de Solidão". É-nos assim permitido seguir os primeiros passos de Gabriel Garcia Marquez no mundo da criação artística



Foto tirada por Patrick Curry.