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LIVRO - Notícia de um Sequestro

O mínimo que se pode dizer de "Notícia de um Sequestro" é que esse livro eleva a reportagem a grande gênero literário.

Ganhador do Prêmio Nobel e um dos escritores mais influentes de seu tempo, García Márquez muniu-se de humildade e paciência jornalística para ouvir os depoimentos de dezenas de pessoas envolvidas no drama dos sequestros ocorridos na Colômbia em 1990. Juntou um material extenso e minucioso sobre personagens e situações e depois partiu para o principal: organizar esse mar de informações numa narrativa ao mesmo tempo coerente, fidedigna e emocionante.

Nada mais falso, entretanto, que acreditar que o real forneceu "pronto" o relato do livro. Quem já tentou escrever uma grande reportagem sabe quantas questões têm de ser resolvidas no longo caminho entre os dados brutos e o texto final.

Quando o repórter consegue compor uma história coerente e com sentido, mesmo que desprovida de brilho ou dramaticidade, já pode se considerar um vitorioso. Mas o caso de García Márquez é bem outro. Ele coloca em ação seus dons de ficcionista para construir um texto robusto do ponto de vista da informação e vibrante do ponto de vista da narração. Ao mesmo tempo que não perde de vista o contexto político e social em que os sequestros estão inseridos, o texto mergulha nos detalhes que revelam o drama íntimo de cada personagem, a tragicomédia de cada cena.

Desde a primeira página, que narra os minutos que antecedem o sequestro de Maruja Pachón, o leitor é envolvido num fluxo ininterrupto de suspense e informação. García Márquez sabe que a "realidade" é sempre uma construção. Uma reportagem nunca mostra "a" verdade, e sim, "uma" verdade construída a partir de dados objetivos, mas que só ganhará sentido quando organizada segundo um ponto de vista (por mais disfarçado que este esteja).

Os limites entre ficção e jornalismo são, muitas vezes, tênues. Com "Notícia de um Sequestro", García Márquez esgarça ainda mais esses limites. Embora se colocando "a serviço" do jornalismo, o que ele faz é chamar a atenção para a importância das técnicas literárias. Ao fazer jornalismo, exalta a literatura.



FILME - Do Amor e Outros Demônios

Adaptação da obra de Gabriel Garcia Márquez, por Hilda Hidalgo, que conta uma das mais provocadoras e polêmicas histórias de amor, desejo e sensualidade. Sierva é uma garota de 13 anos de idade que experimenta o despertar de sua sexualidade e acaba encontrando a paixão ao lado de um jovem padre.

O filme, uma producao da Colombia e Costa Rica, foi selecionado como o concorrente deste para o Melhor Filme Estrangeiro no Oscar de 2010, mas não foi nomeado pela academia.



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LIVRO - Do Amor e Outros Demônios

Este livro foi publicado por Gabriel García Márquez em 1994, porém a inspiração surgiu em 1949 quando ele, ainda jornalista, fora indicado para cobrir a demolição de um hospital onde havia sido um convento e que se tornaria um hotel. Entre os corpos que desenterraram, estava o de uma garota com 20 metros de cabelo, o que fez o autor lembrar-se de uma lenda contada por sua avó sobre uma marquesinha de cabelos longos famosa por milagres e que havia morrido de raiva. “A idéia de que aquele túmulo pudesse ser dela foi a minha notícia do dia, e a origem deste livro.”
Dividido em cinco capítulos, o livro conta a seguinte história: Sierva Maria de Todos los Angeles, ao passear no mercado da cidade de Casalduero junto com a escrava que a houvera criado, Dominga de Adviento, fora mordida por um cão, que posteriormente houvera sido identificado como raivoso. Inicialmente não fora dada nenhuma atenção ao fato, pois a garota desde sempre fora criada e educada pelos escravos e vivera entre eles, de pés descalços, cara pintada de preto e sabia falar em três línguas africanas (mas não sabia ler nem escrever em castelhano), enquanto sua mãe, Bernarda Cabrera, mulher sem títulos do marquês, se afundava em tédio e com seus problemas orgânicos, e traía o marquês com escravos. E o marquês, dom Ygnacio de Alfaro y Dueñas, semi-louco, morria de medo de ser morto por um de seus escravos enquanto dormia, havia perdido a fé depois que sua primeira mulher havia morrido sendo atingida por um raio e também não dava a mínima para a menina. Só foram se preocupar quando apareceram os primeiros sintomas: febres e agressividade, conclamaram médicos e estes não resolveram, apelaram para os curandeiros que pioraram a situação. O marquês em desespero buscou o médico mais controverso da cidade, cujos rumores diziam que havia ressuscitado um morto, o médico examinou a garota e disse que a única coisa que o marquês poderia fazer era entregá-la a Deus.
O marquês fez isto.

Procurou o bispo da cidade, este sofria de asma e recomendou que a garota deveria ser internada em um convento e receber a visita de um exorcista, pois a raiva, segundo ele, era um dos muitos ardis do diabo para tomar almas inocentes. O marquês a levou ao convento das irmãs clarissas. Lá chegando, as freiras se assustaram com suas roupas de rainha, seus muitos colares africanos e seus modos libérrimos. Encarceraram-na. O bispo designou para o exorcismo seu bibliotecário e fiel escudeiro, o frade Cayetano Delaura, que se apaixonou pela marquesinha. As freiras relataram eventos sobrenaturais no convento, que atribuíram à Sierva Maria. Delaura começa a invadir o convento à noite para ficar a sós com Sierva Maria. Ele é mudado de caso, o novo padre escolhido para assumir o caso, chegado aos africanos, morre misteriosamente e quem leva adiante o exorcismo é o próprio bispo. Delaura vai para um hospital lavar leprosos e se lava na água suja na esperança de contrair a lepra, pois não pode viver sem a marquesinha. Sierva Maria, ao notar que o frade não mais aparece, morre e seus cabelos enormes, que haviam sido raspados para o exorcismo, começam a nascer novamente.

Em 2009, o livro recebeu uma adaptacao para o cinema com direcao de Hilda Hidalgo


PEÇA - Diatriba de amor contra un hombre sentado


Na véspera de sua festa de casamento de bodas de prata, Graciela Jaraiz de la Vera provoca uma discussao com Flávio, o marido de 25 anos, que se senta, despretenciosamente lendo um jornal em uma poltrona. Suas malas estão prontas, e ela está finalmente deixando-o, as suas relações conjugais se desintegraram além do reparo. Este é o seu discurso de despedida e sua lamentação amarga de raiva.

Intermitentemente interrompido pelos funcionários que estão se preparando para as centenas de convidados vindos para celebrar o aniversário, Graciela conta para o público a história do seu casamento. Ela conta sua gravidez prematura, sua juventude audaciosa, as infidelidades (de sua autoria, assim como seu marido), o ciúme contraditório de Flavio (que ela diz é típica de um marido infiel), bem como a sua covardia e falta de amor que ele tem mostrado a ela em todos os seus anos de casamento. Ela recria-se em diferentes fases de sua vida e seus relacionamentos, evocando para nós mesmos do passado e pontos na história e aprimorando-os com sutis mudanças no cenário e figurinos que lembram as modas de épocas passadas. Ela retrata a corrosão gradual de uma união que começou sem o amor, a mãe que desaconselha a sua escolha do homem. Ela descreve seu início modesto e sua acumulação gradual de riqueza, mas diz-nos que essa prosperidade veio a significar nada, pois havia sempre um ingrediente vital em falta em suas vidas: o amor de um marido para com sua esposa.
Flavio permanece imóvel com as acusações de Graciela, refugiando-se em silêncio por trás do jornal que esconde o rosto. No final do jogo, ela declara que ela não está mais disposto a sofrer a falta do amor do marido. Ela sai em busca do que ela nunca teve, mas não antes que ela queime o jornal de Flavio e tanto ela quanto a audiencia o assistem pegar fogo.

O monólogo em um ato conta o drama de um casamento, é situado em algum lugar em uma cidade do Caribe em 03 de agosto de 1978, como um casal prestes a comemorar seu 25º aniversário. Ironicamente, Graciela disse que "nada é mais próximo do inferno do que um casamento feliz." A peça estreou em Bogotá em 24 de março de 1994. Por causa da popularidade do autor, este livro é recomendado para todas as bibliotecas públicas e acadêmicas.

Happiness is not like they say, that’s for sure, that it only lasts a moment and you don’t know you have it till it’s gone. The truth is that it lasts as long as love lasts, because if you’ve got love, even dying’s okay.

Trecho de uma producao tardia



Site oficial


LIVRO - O general em seu labirinto

Símon Bolívar, general e político sul-americano que libertou sete países dos domínios espanhóis, estava desiludido com a política no final de sua vida. Ele tinha "a melancólica certeza de que havia de morrer na cama, pobre e nu, e sem consolo da gratidão pública". Os últimos instantes, marcados pela tuberculose, foram recheados por leituras como Cervantes - era a certeza de que os maiores enganados do mundo tinham sido Cristo, o Quixote e ele próprio.

A ficção histórica O general em seu labirinto, de Gabriel Garcia Márquez, do prêmio Nobel em 1982, tem como personagem principal Bolívar, que esperava a morte viajando pelas cidades venezuelanas à margem do rio Magdalena. Mas, queria embarcar no porto para a Inglaterra, a caminho da qual terminaria sua história. À primeira vista, o espaço de tempo escolhido por Márquez para retratar a vida do general aparenta ser entediante. Afinal, a vida de Simón Bolívar foi repleta de batalhas e incursões pela Grã-Colômbia. Mas, após a leitura, reconhece-se que esse momento é de suma importância, quando há reflexões e monólogos do personagem. Bolívar é um corpo inválido que permanece vivo, alimentado pela memória. O general em seu labirinto
O general em seu labirinto ilustra a relação existente entre História, sociedade e literatura. Nas lições de Antônio Candido, essa relação é o "movimento dialético que engloba a literatura e a sociedade num vasto sistema solidário de influências recíprocas". Esta afirmação ratifica a idéia de que não só o autor recebe matéria-prima da sociedade e da história, como ambas também sofrem influência das obras literárias. Além do condicionamento social, cultural, econômico e político, o escritor também expressa suas concepções ideológicas e sua visão de mundo. Outros exemplos dessas relações são as obras literárias de Tolstói, que refletem traços essenciais da Revolução Russa e que ajudaram a classe operária a conhecer melhor seus adversários.

Simón Bolívar, um personagem singular e contra- ditório, ao mesmo tempo em que possuía um discurso democrático, defendia um poder vitalício, hereditário e autocrático. "El Libertador", como era conhecido, alcançou a independência utilizando escravos em seu exército. E como todo mito que se preze, não pode ser definido de uma única maneira. Entre os dois extremos desdobra-se uma gama incontável de "Bolívares", cada qual com seu emaranhado de fábulas e controvérsias. Nessa linha, surgiram diversas obras. Em 1851, Salvador de Madarioga, responsável pela primeira biografia do general, revelou uma imagem negativista, assim como ele mesmo se chamou como a feita por Diego Carbonell em Psicopatologia de Bolívar. Por outro lado, em 1942, Vicente Lecuna e Vallenilla Sauz se encarregaram de transformá-lo em um mito sacralizado sob um discurso religioso. A versão de Garcia Márquez equilibra, pois não questiona. Permite que ele se auto defina, mesmo que sem o compromisso com a realidade.

Interpretações à parte, Simón Bolívar gostava de afimar: "Yo no soy Napoleón ni quiero serlo; tampouco quiero imitar César, aún menos ltúrbide".



FILME - Milagro em Roma

Filme de 1989 de Lisandro Duque Naranjo com 90min de duracao e inspirado no conto A Santa.

A filha de sete anos de idade de um humilde funcionario publico morre e sua tristeza é esmagadora. Após 12 anos, ao ser exumada, ele encontra o corpo perfeitamente preservado e seus vizinhos consideram isso como um milagre e o apoiam, inclusive financeiramente, em seus esforços para combater a burocracia da Igreja, todo o caminho para Roma, a fim de torna-la a primeira Santa da Colombia.



LIVRO - A aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile

A aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile, é um livro de Gabriel García Márquez é uma reportagem sobre a visita clandestina do chileno Miguel Littin, diretor de cinema, à sua terra natal após 12 anos no exílio.
Após 10 anos de ditadura, Augusto Pinochet emitiu uma lista com os nomes dos exilados já autorizados a voltar para o Chile. Miguel Littín não estão na lista, no entanto, ele encontra seu nome em outra lista de pessoas que estão proibidos de visitar o país. Este acontecido convence Michael de que a única maneira de retornar à sua terra natal é usando um passaporte falso, uma profissão e um falso pretexto, e ainda mais, com uma esposa falsa.

Durante sua visita, Miguel, fazendo-se passar como um empresário uruguaio, dirije três equipes de filmagem para um documentário sobre a vida no Chile sob a ditadura. Consequentemente, filma entrevistas com chilenos e pessoas comuns a partir dos movimentos de resistência que operam clandestinamente. Miguel consegue uma entrevista com um líder da insurgência onde eh conduzido de olhos vendados para um hospital secreto onde o líder foi detido após ser resgatado de um hospital público por um pelotão de subversivos, onde este é recuperado dos ferimentos causados ​​por tentativa de assassinato orquestrada pela polícia secreta de Pinochet.

Miguel exitua em sua missão e sai do Chile em um momento que as autoridades chilenas descobriram a presença deles no país e os detetives estavam vigiavando ele no aeroporto. O documentário foi a intenção de mostrar ao mundo o brutal repressão durante a ditadura e embaraçar o regime de Pinochet para revelar as redes de jovens que trabalham no Chile para derrubar a ditadura.

O livro foi publicado em 1986, em 1 Em fevereiro de 1987, o Ministério do Interior chileno reconheceu ter queimado 15 mil exemplares da primeira edição de A aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile, em 28 de novembro de 1986 em Valparaíso seguindo as ordens de Augusto Pinochet. Este livro, ao ser publicado, levantou muitas controvérsias, principalmente para aqueles que apoiaram Pinochet.



FILME - O Amor nos Tempos do Cólera

Fernanda Montenegro é uma das atrizes do longa O Amor nos Tempos do Cólera, baseado no best-seller de Gabriel García Márquez. O filme, dirigido por Mike Newell, que também traz Javier Bardem e Catalina Sandino Moreno no elenco.

O romance, que se passa na cidade de Cartagena, na Colômbia, conta a história de de um homem que espera mais de 50 anos por seu verdadeiro amor. Este homem é Florentino Ariza (Bardem), poeta e telegrafista. Fernanda vive a mãe do jovem.

Florentino encontra o grande amor de sua vida quando vê Fermina Daza (Giovanna Mezzogiono) na janela da casa do pai dela (John Leguizamo). Ele vai conquistando Fermina com cartas apaixonadas.

Quando descobre o romance, o pai da jovem fica com raiva e jura afastar o casal para sempre. Fermina acaba casando com o aristocrata Juvenal Urbino (Benjamin Bratt). Ele é o médico que foi a Cartagena para combater a epidemia de cólera que assolou a cidade.

Juvenal e Fermina viajam a Paris e só voltam à cidade colombiana depois de vários anos. Florentino, que virou um rico proprietário de barcos, ainda espera a chance de estar com seu amor.

O filme teve a aprovação de García Márquez, que viu o longa no México e gostou, segundo o produtor Scott Steindorff. "Ele acenou positivamente com a mão, mas disse: 'Agora que vocês fizeram metade do filme, vamos fazer a outra metade'".

A trilha instrumental de 19 musicas foi criada pelo brasileiro Antônio Pinto, as 3 musicas foram cantadas por Shakira, duas delas originais feitas especialmente para o filme e uma delas, Despedida, concorreu ao Golden Globe Awards como melhor cancao original em 2008.



LIVRO - O amor nos tempos do cólera

Um romance de realismo fantástico que fala sobre um amor sem barreiras num cenário de uma pequena cidade do Caribe em fins do século XIX. O amor de dois jovens e suas cartas transbordando de emoção e lirismo são interrompidas pelos preconceitos e hipocrisias da sociedade da época. Florentino Ariza jura amor eterno a Fermina Paza e mesmo quando sua amada casa-se com Juvenal Urbino, sua jura persiste e espera 53 anos, 7 meses e 11 dias, quando seu rival morre, para ter seu amor em seus braços.

Florentino Ariza se relacona com diversas mulheres, mas nunca se envolve com nenhuma, para conservar-se livre para o momento que poderá ter seu verdadeiro amor. Constrói fortuna, mas não para si, sempre pensando no dia que conquistará o coração de Fermina Paza.

Um incrível e irresistível romance que trata do amor, da velhice e da morte. O sentimento que persiste em todas as fases da vida, que mesmo que esteja destinado a morte, se mantêm acesso enquanto a energia vital persistir. Com seu maravilhoso talento e seu estilo próprio de narração que insere o leitor num emaranhado de histórias sem nenhum tipo de sistematização, Gabriel Gárcia Marquez fala sobre o um amor que desabrocha quando mais nada se espera da vida e por isso mesmo torna-se tão intenso.

O Livro, depois de anos ate que GGM cedesse os direitos da obra, virou filme em 2007 com Fernanda Montenegro como mae de Florentino Ariza.



LIVRO - Cheiro de Goiaba

Cheiro de goiaba, vida e obra de um escritor num testemunho apaixonante. Gabriel García Márquez desvenda nas suas conversas com Plínio Apuleyo Mendonza — amigo desde a juventude — o que pensa da literatura, da fama, da política, do poder, das mulheres... Fala de sua amizade com Fidel Castro, Torrijos e Mitterrand e de seu compromisso com a defesa dos direitos humanos.



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Foto tirada por Patrick Curry.