quarta-feira

LIVRO - Ninguém Escreve ao Coronel



Ninguém escreve ao coronel foi escrito em 1957, quando o escritor tinha 29 anos e trabalhava como jornalista. O estilo que o consagraria como um dos maiores escritores contemporâneos ainda estava no começo do desenvolvimento.

Em uma cidadezinha desolada, um coronel reformado aguarda ansiosamente uma carta do governo que trará a tão esperada aposentadoria. Mas a correspondência nunca chega, provavelmente presa em alguma montanha de papéis esquecida em alguma repartição pública. Como um ritual, o Coronel veste a sua melhor roupa para ir buscar a carta e sempre recebe a mesma resposta negativa do carteiro. Todos sabem que a aposentadoria nunca virá, inclusive o próprio militar.

Como forma de adiar a velhice e manter a esperança o Coronel deposita suas expectativas no galo de briga herdado do filho morto. O protagonista espera conseguir dinheiro nas rinhas para pagar as dívidas e sustentar ele e a mulher doente até a chegada da aposentadoria.

O dinheiro não chega e a situação vai se agravando, pois o galo não vive de ar e o Coronel precisa sustentar a casa. O final da história é inesperado e desconcertante, talvez alguns leitores fiquem com raiva.

A novela Ninguém escreve ao coronel pode não ter o mesmo brilho do romance Cem anos de solidão, mas assim como este resgata uma parte da história latino-americana, além de mostrar o quanto foram prejudiciais à população, principalmente os menos favorecidos, os governos ditatoriais.


O livro foi transformado em filme em 1999 dirigido por Arturo Ripstein com Salma Hayek no elenco.

A banda Russa de Rock Bi-2 lancou uma musica com o mesmo nome (Полковнику никто не пишет) que fez um grande sucesso na Europa.



Foto tirada por Patrick Curry.